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AÇÃO E CONTEMPLAÇÃO, BRAÇO E CORAÇÃO
No livro “A alma de todo apostolado”, de Dom J. B. Chautard, abade, há um exemplo que me deixou maravilhado sobre o problema ação X contemplação.
A ação é representada pelo braço, e a contemplação (oração) pelo coração. O braço pode estar às vezes parado, que isso não prejudica o corpo. Entretanto, o coração não pode parar, pois isso seria a morte. Assim na vida diária: a ação depende da oração para se manter. Entretanto, sem a ação, a oração ficaria vazia.
Eis o que o livro diz:
“Comentando este texto da sagrada Escritura: “Coloca-me como sinete sobre teu coração, como sinete em teu braço”, o padre Saint-Jure descreve admiravelmente as mútuas relações entre as duas vidas (de oração e de ação). Vamos resumir as suas reflexões: o coração significa a vida interior, contemplativa. O braço, a vida exterior, ativa. O texto sagrado fala do coração e do braço para mostrar que as duas vias se podem aliar e se harmonizar perfeitamente na mesma. O coração é indicado em primeiro lugar porque é um órgão sobremaneira mais nobre e necessário que o braço. Da mesma forma, a contemplação é muito mais excelente e mais perfeita e merece muito mais estima que a ação. Dia e noite o coração palpita. Um só instante que este órgão essencial parasse, logo a morte sobreviria. O braço, parte apenas integrante do corpo humano, só move por intervalos. Do mesmo modo devemos, algumas vezes, dar tréguas a nossos trabalhos exteriores, mas, ao invés, nunca devemos nos afrouxar na nossa aplicação às coisas espirituais”.
Achei muito oportuna essa comparação, pois realmente o coração bombeia sangue ao braço, que sem isso ficaria sem vida. Da mesma forma, a oração “vivifica as ocupações exteriores”.
Livro “A Alma de Todo Apostolado”, de D. J. Chatard, página 72. Esse livro pode ser baixado em PDF da internet gratuitamente.
