9- RESPOSTA À FOME DOS JOVENS
- Devemos reservar um lugar, em nossa vida, para o
recolhimento e o silêncio, para sempre e em qualquer situação, estar unidos a
Deus. É a “jornada para dentro”.
- Kénosis: esvaziamento. Esvaziar-se para que Cristo
esteja dentro de nós.
-Jejum entendido aqui como toda a mortificação dos
nossos desejos desordenados, dos nossos apegos ao conforto, para podermos estar
mais disponíveis para a oração e a ação de Deus em nós. Mas o jejum tradicional
é também importante!
- Conta a conversão de uma hippie mediante uma conversa sobre Teresa De Ávila, S. João da Cruz e todos
os grandes místicos da Igreja.
10-CRISTO NOS MEUS IRMÃOS
-Para encontrar Cristo nos meus irmãos é preciso,
antes, conhecê-lo!
- Dentro de nós e na Eucaristia (para conhecer Jesus
Cristo); “Eles o reconheceram no partir do pão” (Emaús). Também o reconheço na
oração, no perdão (sacramento da Reconciliação).
- Há muita diferença entre “saber algo sobre Deus” e conhecê-lo
intimamente (este conhecimento só pode vir de Deus).
- Fala sobre a via da oração e dos sacramentos para se
entrar em contato com nosso Senhor.
- Sem o amor para com Deus e sem o nosso conhecimento
desse mesmo Deus, aprimorado e cultivado na oração, podemos chamar o nosso trabalho
com o próximo simplesmente de “humanitarismo”, não de trabalho cristão.
11- NADA PODEIS SEM MIM
- Os homens preferem as trevas à luz
- A fé é uma escuridão “provisória”.
- Só quem perseverar será salvo (Mateus 10,22).
- “Não existe medo no amor” (1Jo 4,18).
- Deus não entra nos nossos esquemas de organização.
- Como pode Jesus salvar quem não quer ser salvo? É
como o que se está afogando que luta contra o nadador que tenta segurá-lo.
- Sem Jesus não há como se salvar
- “Há um debater-se generalizado em muita ação frenética
no corpo apostólico, sem o respaldo de uma vida de oração”.
- Ler João 15 todo: “Quem permanecer em mim e eu nele,
este produz muito fruto. Sem mim, vocês não podem nada!”.
- O que salva o mundo não é tanto o dinamismo de nossa
ação, mas sim, nossa união com Deus.
- Quanto mais com Deus, mais com as pessoas.
- Concílio de Trento: a oração é a “Elevação da alma a
Deus”.
-“A oração em palavras, como no rosário, como nas
orações impressas em livros ou imagens, é a oração dos simples, dos humildes”.
- Há os que rezam com os salmos.
- Há os que simplesmente meditam de olhos parados, perdidos
em seu Deus.
- “Sim, Deus é o único caminho. A única resposta. E a
oração é também o único trampolim que nos projeta em Deus.
12- A ORAÇÃO DE “BACIA E TOALHA NA MÃO”.
Isaías 55,8: “ Os meus caminhos não são os vossos
caminhos”.
Mateus 25: seremos julgados pelos pobres que não
socorremos.
- O juízo final me dá arrepios na espinha
-Não estamos amando o próximo! Não mostramos a face de
Cristo ao mundo, no século XX, porque não a trazemos em nós próprios!
- Amar o próximo não quer dizer somente dar esmola, mas
também estar disponível para “ouvir o próximo”, tendo um relacionamento pessoal
com ele.
- É um serviço tranquilo (nada de frenético, sem
respaldo da vida inteira), prestado de pessoa a pessoa, como Cristo fez em sua
vida.
- O cristianismo é comunidade como a Trindade é
comunidade, e deve ser nossa referência.
- Oração de amor e serviço
- A kénosis (esvaziamento) do coração, de tudo o que
não é Deus, a fim de que haja lugar para o próximo dentro de nós= quebra dos
ídolos e a pobreza total.
- Pobreza verdadeira é também não ser dono nem do
próprio coração! O outro pode entrar sem bater!
- As coisas de Deus são muito simples! Nós é que somos
complicados. Não ser dono de nada, nem de si mesmo, nem da própria vontade.
- Estou em dúvida se digo: “Vamos juntar as mãos e
rezar, gente!”, ou: “ Vamos pegar uma bacia e uma toalha, gente”! (para lavar
os pés dos outros). Eu prefiro a última;
-Os pobres cada vez mais pobres, os ricos cada vez mais
ricos, os jovens cada vez mais drogados, o amor sufocado e assassinado pela
onda cada vez mais nauseante de pornografia, permissividade e sexo livre, que
está atingindo até as crianças.
13- QUANDO A PALAVRA É PÃO E VINHO
-A missa tem o tremendo poder de unir-me a Deus é a humanidade.
- Catherine explana a realidade maravilhosa e
misteriosa da Eucaristia. Ao comungar ela se vê comendo a Palavra, como em Ez
2,8-10; 3,1,4. Deus manda o profeta comer o livro da Palavra.
- Comer no sentido de deixar que ela nos penetre e vá
bem fundo no coração.
-Meditação e leitura diária da Palavra de Deus
-A Palavra nos fortalece!
-Na missa nos alimentamos da Palavra e da eucaristia. João
6, 54: “Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele”.
14- REZAR EM NOME DE JESUS
-Deus deve tornar-se o centro de nossa vida. Nosso eu
deve, então, desaparecer.
- Os místicos orientais rezam: “Senhor Jesus Cristo, Filho
do Deus Vivo, tende compaixão de mim, que sou pecador”. Repetem isso milhares
de vezes.
- Com o nome de Jesus coisas boas começas a acontecer.
- Que pecado é pronunciá-lo de maneira leviana e vã,
como o “My God” dos americanos.
- A própria palavra “Jesus” já é uma oração.
- Não se preocupar em concentrar-se. Continuar a dizer:
“Senhor Jesus, Filho de Deus vivo, tende compaixão de mim que sou pecador”.
- Ela não é feita: ela acontece, no ritmo da
respiração.
15- O GRANDE POÇO DO SILÊNCIO
-“Rezar” a bíblia.
(Comenta com detalhes o benefício que a bíblia nos traz
quando a meditamos e a rezamos: “Todas as palavras da bíblia são “Grávidas de
sentido”).
- Deus é o OUTRO por excelência.
- Meditá-la no silêncio e na oração.
- Meu coração é a morada do silêncio.
- Jogo no “poço do silêncio” do meu coração todas as
palavras maldosas e as expressões que me ferem e machucam minha alma.
- Desse poço de silêncio, que são a minha oração e
meditação, tudo isso sobe e me transforma interiormente.
- Todas as vezes que a impaciência, a emotividade e o
orgulho tomam conta de mim, então desço ao meu “poço de silêncio”, onde peso as
ideias, conceitos, intenções, palavras e pessoas” E torno-me mais caridosa.
- Mesmo que alguém me feriu, não posso fechar a porta.
- “Abertura quer dizer que as pessoas podem entrar e
sair, falar bem ou falar mal, elogiar ou criticar”
- “Quando estamos preparados para a dor e os
sofrimentos(...) a dor se transforma em alegria”.
- Você pertence a Deus e seu destino está nas mãos
dele, então, esse momento se transforma em alegria.
- O sofrimento é inevitável a quem segue Cristo.
16- QUANDO SE VAI A UMA POUSTINIA (deserto), OU A UM
RETIRO INDIVIDUAL
- Não entrar com a obsessão de rezar. Levar apenas a
bíblia. Sinal da cruz, inclinar-se ao crucifixo e à imagem de N. Sra. e dizer: “Que
a paz esteja nesta casa e também comigo”. Isso é TUDO!
- Se estiver cansado, descanse. Se tiver sono, durma o
quanto quiser. Se estiver com boa vontade, até dormindo o seu coração estará
velando (Ct 5,2).
- Se tiver vontade de passear, faça-o! Oração é
descanso do espírito, simplicidade e liberdade do espírito!
- Quem faz no estilo Russo, divida o pão em três
partes: uma para o café da manhã, uma para o almoço e a última para a ceia.
Xícaras de café ou chá, à vontade.
- Deixe as listas de nomes em sua casa. Deus conhece
todos os seus amigos!
- Trabalho principal = MEDITAR (pensar em Jesus Cristo,
nos seus interesses, nas suas palavras e atitudes. Tudo isso está no
evangelho).
- Mais do que meditar, rezar é contemplar, no silêncio
total da mente e do coração, em que a pessoa olha para o seu Deus, contempla o
seu Deus.
- Olhe para onde quiser, desde que o pensamento, o seu
coração, estejam presos em Jesus Cristo.
-Quem vai a um Poustínia ou faz um retiro espiritual,
simplesmente se lança nos braços do Pai, sem estruturas. Mais do que um espaço
material, exterior, a Poustínia é um lugar interior e espiritual, e pode ser
feita em qualquer lugar, mesmo na cidade ou num ônibus.
- Poustínia é a cabeça descansando sobre o coração de
Deus, para escutar suas pulsações eternas que repercutem no mundo.
17- ORAÇÃO E SOLIDÃO
_Fuga frequente para lugares de silêncio e prece na
atualidade. Tem-se a impressão que ninguém suporta mais o barulho e o tumulto
desta vida moderna, derramada no consumismo e em outras coisas piores.
- “Fuga ou escapismo?”
- Se por falta de coragem e de estrutura para enfrentar
as situações inevitáveis, isso seria tentar fugir de nós mesmos. Isso não
funcionaria. Estamos sempre conosco mesmos!
- Como distinguir se é busca real ou escapismo?
- Uma casa de oração só se mantém e é de oração, se
tiver muito amor e muita paz.
- Não dá para fugir sempre do mal, mas é possível fugir
de vez em quando para saber como enfrenta-lo.
- A oração só transforma o mundo se antes ME
transformar.
- Todas as casas de oração só serão possíveis se eu
fizer uma poustínia no meu coração.
- Encontramos Deus em nós mesmos!
- A diferença entre oração e solidão é que a oração é
um contato com Deus e não precisa da solidão para existir.
O Silêncio é um estado de espírito, um estado de amor.
Posso rezar mesmo em meio ao barulho da rua, desde que exista em mim o silêncio
interior.
- “Concordo que deva haver condições externas que
favoreçam a paz e a solidão da alma e do coração, mas essas condições não
precisam ser um mosteiro, nem uma igreja, e nem são absolutamente
indispensáveis.”
- “A verdadeira união com Deus é algo assim: não há
barulho que consiga atravessá-la ou perturbá-la”.
18- O ESTRANHO PAÍS DA SOLIDÃO
- A paz precede a nossa entrada no país da solidão, que
é onde aceitamos a cruz.
- Você passa a acreditar em Deus não só com a mente,
mas também com todo o seu ser.
- Você percebe que faz parte também dos outros e
pertence a todos eles. Você se torna pés e mãos de todos.
- Mas... você sabe que pertence a Deus. A distinção
desaparece e todos somos um, como o Pai e o Cristo são um: é o país da solidão,
que não é de tristeza, mas de alegria.
- É uma solidão em que temos fome e sede de Deus, e é
aí que começa o tormento da solidão.
- A necessidade de sobressairmos, impressionarmos,
atrair os outros para nós mesmos, tudo isso cai dos ombros, como roupa velha, e
se torna necessidades inúteis.
-No país da solidão, a amizade se torna simples e
alegre, porque todas as necessidades foram centradas em Jesus Cristo. Queremos
levar tudo e todos a Deus!
LIVRO ALMA DA MINHA VIDA,
CATHERINE DE HUECK DOHERTY,
Edições Loyola, 1987, tradução e apresentação do PE.
Heber Salvador de Lima, SJ, Goiânia, 28/08/86. Resumido pelos eremitas de
Jesus Misericordioso.