A inveja é um sentimento de ódio e mesquinhez.
Dependendo do seu grau, ela pode levar o ser humano a praticar os
mais terríveis crimes. A fofoca é uma maledicência que destrói a
moral e causa danos mortais no emocional das pessoas. A inveja e a
fofoca são armas maléficas, tanto para si como para os outros.
Pilatos lhe disse: “Quem quereis que vos solte,
Barrabás ou Jesus, que chamam de Cristo? Ele sabia, com efeito, que
eles os chefes dos sacerdotes e anciãos, o haviam entregue por
inveja” (Mt 27, 12-18).
“Não faleis mal uns dos outros. Aquele que fala mal
de um irmão ou julga o seu irmão fala mal da Lei de Deus” (Tg 4,
11.12).
Tanto a inveja como a fofoca são fatores de violências
e o fim de muitas amizades.
“O Facebook pode ser comparado a uma praça de cidade
pequena, aonde pessoas vão para fofocar e mostrar fotos de viagens
ou da família” escreve o Jornalista Filipe Vilicic (Veja,
23/01/2013, p. 66).
SENTE-SE
MAL NO FACEBOOK
“Pessoalmente, não gosto do Facebook, nem como
empresa, nem como interface”, escreve a colunista Cora Rónai (O
Globo-Economia, 26/01/2013, p. 26).
Testemunhar as férias, a vida amorosa e o sucesso
profissional dos amigos no Facebook podem provocar inveja e causar
sentimentos de infelicidade e solidão, segundo pesquisadores
alemães. Um estudo realizado em conjunto por duas universidades
alemãs encontrou uma inveja desenfreada no Facebook, a maior rede
social do mundo, que agora tem mais de 1 bilhão de usuários e
produziu uma plataforma inédita para comparações sociais.
Os pesquisadores descobriram que uma em cada três
pessoas sentiu-se pior e mais insatisfeita com a própria vida depois
de visitar o site. “Ficamos surpresos ao ver quantas pessoas têm
uma experiência negativa do Facebook, com a inveja fazendo-as se
sentirem sozinhas, frustradas ou com raiva”, disse à Reuters
a pesquisadora Hanna Krasnova, do Instituto de Sistemas da Informação
na Universidade Humboldt de Berlim.
“Nossas observações indicam que algumas dessas
pessoas vão sair do Facebook ou pelo menos reduzir o uso que fazem
do site”, disse Krasnova, aumentando a especulação de que o
Facebook poderia chegar a um ponto de saturação em alguns países.
Pesquisadores da Universidade de Humboldt e da
Universidade Técnica de Darmastadt descobriram que fotos de férias
eram a maior causa de ressentimento, com mais de metade dos
incidentes de inveja provocados por imagens de viagens no Facebook.
A interação social foi a segunda causa mais comum de
inveja, com os usuários podendo comparar quantas felicitações de
aniversário receberam em relação a amigos e quantas “curtidas”
ou comentários foram feitos em suas fotos ou posts.
“O acompanhamento passivo provoca emoções amargas,
com os usuários invejando principalmente a felicidade dos outros, o
modo como os outros passa as férias e como socializam”, disseram
os pesquisadores no estudo “Inveja no Facebook: Uma Ameaça Oculta
à Satisfação da Vida dos Usuários?”.
A pesquisa revelou que pessoas com trinta e poucos anos
eram mais propensas a invejar a felicidade familiar. Já as mulheres
tendem a invejar mais a atratividade física. Esses sentimentos de
inveja fizeram alguns usuários se gabarem mais sobre suas conquistas
no site para aparecerem de uma forma melhor. Os homens postavam mais
conteúdo autopromocional no Facebook para divulgar suas realizações,
enquanto as mulheres destacavam sua boa aparência e vida social.
Os pesquisadores se basearam em dois estudos envolvendo
600 alemães. Eles disseram que os resultados devem ser os mesmos
internacionalmente, já que a inveja é um sentimento universal e
impacta o uso do Facebook em qualquer país (O Estado de S. Paulo,
23/01/2013, p. B12).
Estudos indicam que os jovens gastam até 70% de seu
tempo nas mídias sociais – entretenimento e jogos –, mas de uma
maneira fútil, sem nenhuma utilidade para sua vida.
O Papa Bento XVI iniciou o Ano 2012 com Santa
Missa da Solenidade de Maria Mãe de Deus, cuja mensagem foi: “Educar
os Jovens para a Justiça e a Paz”. O Papa João Paulo II dizia: “A
Missão dos Jovens é incendiar o mundo com o amor de Deus”.
Devemos usar todos os benefícios da ciência e da
tecnologia para o bem físico, emocional e espiritual de todos nós.
Que a luz, o amor, o perdão a Justiça e a paz que
reina em nosso ser, seja passado e repassado em prol da dignidade
humana, via as redes sociais.
Antes de usar a máquina como instrumento do bem,
seja um instrumento usado por Deus para ressuscitar vidas.
Inácio José do Vale
Professor
de História da Igreja
Instituto
Teológico Bento XVI
Sociólogo
em Ciência da Religião