24 abril 2024

NO SILÊNCIO E NA CONFIANÇA

 NO SILÊNCIO E NA CONFIANÇA


27/03/2022

Diz Isaías 30, 15: “Na conversão e na calma estava a vossa salvação, na tranquilidade e na confiança estava a vossa força” (bíblia de Jerusalém).

A Liturgia das Horas mostra uma variação nessa tradução: “Sereis salvos, se buscardes a salvação e a paz; no silêncio e na esperança estará a vossa força” (Oração das 15 h do 4º domingo da quaresma).

Logo ao ler hoje às 15 horas essa leitura, veio-me à mente não tanto o silêncio físico, o estar em silêncio, mas o estar atento às palavras do Senhor. Estar em silêncio, aí, mais do que simplesmente estar sem falar ou sem barulho, é estar pronto a ouvir o que Deus tem a nos dizer. Tanto assim, que logo após pedir o silêncio, o texto fala sobre a confiança, a esperança. Quem tem confiança ou esperança em
Deus, ouve o que Ele tem a dizer, e para isso é preciso, é claro, estar em silêncio. No barulho não se entende a voz de Deus. Ela parece misturada com as outras vozes, e não a distinguimos.

A tranquilidade, a calma, a confiança, são frutos desse ouvir Deus e estar interessado em fazer aquilo que Ele quer que façamos. No caso de qualquer vocação que achamos que temos, é preciso perguntar sempre se é aquilo mesmo que Deus quer de nós. De nada adiantam as minhas orações, principalmente a do Pai-nosso, se eu não estiver realmente interessado em saber o que Deus quer de mim. No Pai-nosso eu repito sempre: “Seja feita a Vossa vontade”. Se eu não estiver em silêncio, principalmente no sentido de que estou ouvindo o que Deus quer me dizer, nunca vou fazer realmente a Sua santíssima vontade.

Mesmo entre os(as) eremitas, que se propõem a viver em silêncio, esse silêncio pode ser, muitas vezes, um silêncio no mínimo neutro, que não leva a nada. Além do silêncio físico, é preciso calar nossa autossuficiência em achar que sabemos de tudo, que podemos tudo. Sobretudo, devemos ter cuidado para não deixarmos nos levar por tantas bobagens que estão sendo veiculas por muitos vídeos do YouTube, geralmente contra o Papa, contra a Igreja, contra Jesus Cristo, contra a bíblia... Há coisas absurdas que estão sendo ditas, talvez fruto do maligno.

Estar em silêncio é estar diante de Deus ouvindo o que Ele tem a nos dizer. E geralmente Ele nos fala por meio das Sagradas Escrituras e da própria Igreja. Se as negarmos (a Escritura e a Igreja), como saberemos onde está a vontade de Deus? Se houver algum ensinamento que seja contra a nossa sã doutrina, é claro que deve ser rejeitado. Mas Jesus Cristo prometeu que o Espírito Santo sempre estaria com a Sua Igreja. Acreditamos ou não nessa Sua palavra?

E um ponto principal da vontade de Deus é que nunca esqueçamos o amor pelo próximo. Não façamos de nossa vida uma vida isolada, egocêntrica, em que pensamos apenas em nós mesmos, mas, como diz São João, nossa vida seja baseada no amor a Deus e ao próximo. Mesmo os e as eremitas não podem deixar de lado o próximo. Seria contrariar a vontade Santíssima de Deus, proclamada por Jesus. O capítulo 25 de Mateus mostra o Juízo Final como uma prestação de contas sobre o que fizemos ou deixamos de fazer aos demais que vivem neste mundo.

Por favor, tenha muito cuidado com o que você vê na Mídia. Há mesmo canais que se dizem católicos que estão espalhando a cizânia em aparência de trigo. Se estivermos com a Igreja em que o Papa Francisco é o legítimo sucessor de Pedro, dificilmente erraremos.