24 abril 2024

OPÇÃO FUNDAMENTAL E PECADO MORTAL

  

OPÇÃO FUNDAMENTAL E PECADO MORTAL

14/12/2022

Há uma corrente teológica que tem feito estrago na Igreja. Em palavras simples e rápidas, diz que as pessoas que fazem uma opção fundamental por Deus, pela bondade, não fazem pecado grave, mesmo que a matéria seja grave.

O papa São João Paulo II foi muito contra essa ideia, e alertou para o fato do erro que ela pode induzir nas pessoas. Em sua Carta- Encíclica “Veritatis Splendor”, ele afirma que: “A orientação fundamental, pode, pois, ser radicalmente modificada por atos particulares”. Ele faz uma citação de um documento que já havia falado disso, “Reconciliatio et Paenitentia (exortação apostólica pós-sinodal), de 02/12/1984, 17, MS 77 (1985 ), 221.

Diz ainda São João Paulo II que o pecado mortal ocorre, também, quando o homem, “sabendo e querendo, por qualquer motivo escolhe alguma coisa gravemente desordenada. Com efeito, numa escolha assim já está incluído um desprezo do preceito divino, uma rejeição do amor de Deus para com a humanidade e para com a criação: o homem afasta-se a si próprio de Deus e perde a caridade” (Veritatis Splendor, nº 70).

Devemos ter cuidado para não nos enganar no caminho para a vida eterna. O demônio nos engana com uma facilidade incrível. Se amamos de verdade a Deus e queremos realmente nos salvar, precisamos nos conscientizar de que a “opção fundamental” deve ser mantida e cultivada constantemente e sempre, nunca pode ser interrompida e, segundo lemos acima na fala do Papa, é interrompida, sim, com um pecado grave.

As consequências de acharmos que a opção fundamental nos impede de cometermos pecado mortal é funesta: pode levar as pessoas a cometerem pecados horrorosos e acharem que continuam na Graça divina.

É sempre bom lembrarmos que todos temos defeitos e muitas vezes má-formação do caráter, muitos ainda problemas psicológicos sérios, mas, se a partir disso a pessoa praticar pecados mortais, está no caminho errado.

Deus nos dá toda a força de que precisamos para sermos santos e não cometermos nenhum pecado. Mesmo que a pessoa tenha problemas sérios em suas tendências, pode, com a graça de Deus, viver uma vida de santidade, de castidade, de amor, de paciência, de humildade, de caridade.

Eu cheguei à conclusão de que a opção fundamental nos ajuda muito talvez numa coisa: voltarmos ao Pai quando pecamos e nunca desanimarmos no caminho da santidade. Precisamos nos reconhecer fracos e pecadores e sempre nos conscientizar dos pecados que fazemos, lutando muito e sempre para não mais cairmos após confessarmos.

Muitos, infelizmente, ainda não descobriram o poder da oração para nos santificar. Agora vejo quanto tinha razão Dom Angélico (ainda vivo, bispo emérito), quando nos perguntava: “Está rezando, irmão?”. Quantos problemas eu teria evitado, quando eu era mais jovem, se tivesse rezado mais. Só descobri isso depois de maduro!