24 abril 2024

O INÍCIO DA CONVERSÃO

 


O INÍCIO DA CONVERSÃO

23/12/2021

A conversão é uma atitude nossa de toda a vida. Ninguém pode dizer “estou convertido”. A cada dia descobrimos pontos em nossa vida que precisam de uma “reforma”, de um recomeço. Tenho mais de 76 anos e ainda descubro muitos pontos falhos em minha vida...

Mas a conversão tem um ponto inicial, um “pontapé” inicial. Você pode ter, é claro, uma opinião diferente da minha, pois isso não é dogma da Igreja, mas eu acredito que o início de nossa conversão é quando descobrimos que o pecado que fazemos poderia ter sido evitado apenas com um ato de vontade de nossa parte: “NÃO VOU FAZER ISSO”! E, daquela data em diante, aprender a dizer “não” ao pecado.

Durante nossa vida damos muitos conselhos a outras pessoas, mas muitas vezes não estamos conscientes de que os nossos pecados são feitos porque consentimos naquilo. Quando alguém não consente em algum ato, não fez pecado. Para haver pecado é preciso o consentimento. Por exemplo, os maus pensamentos, as fantasias, são inevitáveis, mas só pecaremos se consentirmos neles e nelas. Santa Catarina de Sena costumava dizer que os maus pensamentos são como cachorros latindo, mas acorrentados: não fazem nada se não permitirmos, se não consentirmos.

Pense em como você poderia ter evitado qualquer pecado grave que você tenha feito no passado: Seja sincero (a) na resposta. Não adianta tentar se enganar, pois não enganamos Deus. Seja qual tenha sido seu pecado, a resposta é: “Se eu tivesse dito ‘não’, não teria pecado. Pequei porque não saí da situação em que me encontrava, não tive coragem de dizer ‘não’.”

Esse conhecimento, na verdade, nos dá muita paz e segurança: para não pecar, basta dizer não.

Uma coisa que a gente precisa saber, também, é que esse “não” fica mais fácil à proporção em que rezamos. Quem reza bastante, tem mais força para dizer não. Quem reza pouco ou quase não reza, precisa lutar mais para dizer “não”. Dizer “não” ao pecado é algo que as pessoas que rezam bastante fazem com facilidade e com simplicidade.

Lembro-me de uma entrevista (dá para encontrar no YouTube) de Dom Luciano Mendes de Almeida à Rede Vida, num programa de entrevistas. Com que classe ele se desviava das respostas que não corresponderiam à santidade de vida a que ele se propôs! Mas ele respondeu a todas as perguntas magistralmente, evitando inúmeros pecados ou, no mínimo, mostrando toda a sua humildade. Ele era um homem de oração! E isso faz a diferença.

Agora, se você tiver um tempinho, medite sobre esse assunto. Tente sentir em si mesmo a graça de Deus que nos leva a detestar o pecado e fazer tudo o que pudermos para não pecar. BASTA DIZER “NÃO”! As consequências, é claro, podem ser drásticas: Santa Maria Goretti, por exemplo, morreu por dizer não. Os mártires morreram porque disseram “não” ao convite para adorarem os ídolos. Morreram porque não quiseram pôr uns grãozinhos de incenso na pira sob a estátua de algum deus romano. Só isso. Mas disseram NÃO. Está na hora de fazermos o mesmo.