21 março 2011

REGRA DE S. BENTO - 11 a 16

CAPÍTULO 11 - Como serão celebradas as Vigílias aos domingos

Aos domingos, levante-se mais cedo para as Vigílias, nas quais se mantenha a mesma medida já referida, isto é:
modulados, conforme dispusemos acima, seis salmos e o versículo, e estando todos convenientemente e pela ordem assentados nos bancos, leiam-se no livro, como já mencionamos, quatro lições com seus responsórios; só o quarto responsório é dito por quem está cantando o "Gloria", ao começo do qual se levantem todos com reverência. A essas lições sigam-se, por ordem, outros seis salmos com antífonas, como os anteriores, e o versículo. Terminados esses, voltam-se a ler outras quatro lições com seus responsórios, na mesma ordem que acima. Em seguida, digam-se três cânticos dos Profetas que o Abade determinar, os quais sejam salmodiados com "Aleluia". Dito também o versículo, sejam lidas com a bênção do Abade outras quatro lições do Novo Testamento, na mesma ordem que acima. Depois do quarto responsório o abade entoa o hino "Te Deum laudamus". 


Uma vez terminado, leia o Abade o Evangelho, permanecendo todos de pé com reverência e temor. Quando essa leitura terminar, respondam todos: "Amém"; e o abade prossegue logo com o hino "Te decet laus", e, dada a bênção, comecem as Matinas. Essa disposição das Vigílias para o domingo deve ser mantida, como está, em todo tempo, tanto no verão quanto no inverno, a não ser que, por acaso, e que tal não aconteça, os monges se levantem mais tarde e se tenha de abreviar algo das lições ou dos responsórios. Haja, porém, todo o cuidado para que isso não venha a suceder; se, porém, acontecer, satisfaça dignamente a Deus no oratório, aquele por cuja culpa veio esse fato a verificar-se.


CAPÍTULO 12 - Como será realizada a solenidade das matinas


Nas Matinas de domingo, diga-se em primeiro lugar o salmo sexagésimo sexto, sem antífona, em tom direto. Diga-se, depois, o quinquagésimo, com "Aleluia". Em seguida, o centésimo décimo sétimo e o sexagésimo segundo; seguem-se então os "Benedicite", e os "Laudate", uma lição do Apocalipse de cor, o responsório, o ambrosiano, o versículo, o cântico do Evangelho, a litania, e está terminado.


CAPÍTULO 13 - Como serão realizadas as matinas em dia comum


Nos dias comuns, porém, a solenidade das Matinas seja assim realizada, a saber: recita-se o salmo sexagésimo sexto sem antífona, um tanto lentamente, como no domingo, de modo que todos cheguem para o quinquagésimo, o qual deve ser recitado com antífona. Depois desse, recitem-se outros dois salmos, segundo o costume, isto é, segunda-feira, o quinto e o trigésimo quinto; terça-feira, o quadragésimo segundo e o quinquagésimo sexto; quarta-feira, o sexagésimo terceiro e o sexagésimo quarto; quinta-feira, o octogésimo sétimo e o octogésimo nono; sexta-feira, o septuagésimo quinto e o nonagésimo primeiro; sábado, o centésimo quadragésimo segundo e o cântico do Deuteronômio, que deve ser dividido em dois "Gloria". Nos outros dias, diga-se um cântico dos Profetas, um para cada dia, como canta a Igreja Romana. A esses seguem-se os "Laudate", depois uma lição do Apóstolo recitada de memória, o responsório, o ambrosiano, o versículo, o cântico do Evangelho, a litania, e está completo.


Não termine, de forma alguma, o ofício da manhã ou da tarde sem que o superior diga, em último lugar, por inteiro e de modo que todos ouçam, a oração dominical, por causa dos espinhos de escândalos que costumam surgir, de maneira que, interpelados os irmãos pela promessa da própria oração que estão rezando: "perdoai-nos assim como nós perdoamos", se preservem de tais vícios. Nos demais ofícios diga-se a última parte dessa oração, de modo a ser respondido por todos: "Mas livrai-nos do mal".


CAPÍTULO 14 - Como serão celebradas as Vigílias nos natalícios dos Santos


Nas festas dos Santos e em todas as solenidades, proceda-se do mesmo modo que indicamos para o domingo exceto que, quanto aos salmos, antífonas e lições, sejam ditos os que pertencem à própria festa; mantenha-se, porém, a mesma disposição acima descrita.


CAPÍTULO 15 - Em quais épocas será dito o Aleluia


Da Santa Páscoa até Pentecostes, diga-se sem interrupção o "Aleluia" tanto nos salmos como nos responsórios. De Pentecostes até o início da


Quaresma, diga-se todas as noites, mas somente com os seis últimos salmos dos noturnos . Em todo domingo, fora da Quaresma, digam-se com "Aleluia" os Cânticos, as Matinas, Prima, Terça, Sexta e Noa; entretanto, as Vésperas sejam ditas com antífona . Quanto aos responsórios, nunca são ditos com "Aleluia", a não ser de Páscoa até Pentecostes.


CAPÍTULO 16 - Como serão celebrados os ofícios durante o dia


Diz o Profeta: "Louvei-vos sete vezes por dia". Assim, também nós realizaremos esse sagrado número, se, por ocasião das Matinas, Prima, Terça, Sexta, Noa, Vésperas e Completas, cumprirmos os deveres da nossa servidão; porque foi destas Horas do dia que ele disse: "Louvei-vos sete vezes por dia". Quanto às Vigílias noturnas, diz da mesma forma o mesmo profeta:"Levantava-me no meio da noite para louvar-vos". Rendamos, portanto,nessas horas, louvores ao nosso Criador "sobre os juízos da sua justiça", isto é, nas Matinas, Prima, Terça, Sexta, Noa, Vésperas e Completas; e à noite,levantemo-nos para louvá-Lo.