21 março 2011

REGRA DE S. BENTO - 66 a 69

CAPÍTULO 66 - Dos porteiros do mosteiro


Coloque-se à porta do mosteiro um ancião sábio que saiba receber e transmitir um recado e cuja maturidade não lhe permita vaguear.
O porteiro deverá ter a cela junto à porta para que os que chegam o encontrem sempre presente e dele recebam resposta. Logo que alguém bater ou um pobre chamar, responda "Deo gratias" ou "Benedic" e, com toda a mansidão do temor de Deus, responda com presteza e com o fervor da caridade. Se o porteiro precisa de auxiliar, receba um irmão mais moço. Seja, porém, o mosteiro, se possível, construído de tal modo que todas as coisas necessárias,isto é, água, moinho, horta e os diversos ofícios, se exerçam dentro do mosteiro, para que não haja necessidade de os monges vaguearem fora, porque, de nenhum modo convém às suas almas. Queremos que esta Regra seja frequentemente lida na comunidade para que nenhum irmão se escuse por ignorância.

CAPÍTULO 67 - Dos irmãos mandados em viagem

Os irmãos que vão partir em viagem recomendem-se às orações de todos os irmãos e do Abade; e sempre, na última oração do Ofício Divino, faça-se a comemoração de todos os ausentes. Os irmãos que voltam de viagem, no mesmo dia em que chegam, em todas as Horas canônicas, quando termina o Ofício Divino, prostrados no chão do oratório, peçam a todos a sua oração por causa dos excessos que, porventura, durante a viagem, se tenham nele insinuado, vendo ou ouvindo coisas más ou em conversas ociosas. E ninguém presuma relatar a outrem qualquer das coisas que tiver visto ou ouvido fora do mosteiro, pois é grande a destruição. E se alguém presumir fazê-lo, seja submetido ao castigo regular, da mesma forma quem presumir sair dos claustros do mosteiro ou ir a qualquer lugar, ou fazer qualquer coisa,por menor que seja, sem ordem do Abade.

CAPÍTULO 68 - Se são ordenadas a um irmão coisas impossíveis

Se a algum irmão são acaso ordenadas coisas pesadas ou impossíveis, que receba a ordem de quem manda com toda a mansidão e obediência. Se vê que o peso do ônus excede absolutamente a medida de suas forças, sugira paciente e oportunamente ao seu superior as causas de sua impossibilidade, não se enchendo de soberba, nem resistindo ou contradizendo. Se, depois de sua sugestão, a ordem do superior permanecer em sua determinação, saiba o súdito ser-lhe isso conveniente e, confiando pela caridade, no auxílio de Deus, obedeça.


CAPÍTULO 69 - No mosteiro não presuma um defender o outro

Deve-se tomar precaução para que no mosteiro não presuma um monge defender outro, seja por que motivo for, ou como que protegê-lo, mesmo se ligados por qualquer laço de consanguinidade. De modo algum seja isso presumido pelos monges, pois por este meio pode originar-se gravíssima ocasião de escândalos. Se alguém tiver transgredido isso, seja mais severamente punido.